Em 1969, tentar em Inglaterra um caminho que permitisse seguir uma carreira de piloto internacional, não era comum, nem fácil, para um português. Jorge Pinhol, no entanto, arriscou e, por isso, foi um corajoso pioneiro.
Em 1965, na lista de inscritos da prova de Motos do IV Circuito de Vila do Conde, constava o nome de “George Cross”, que iria alinhar numa Harley Davidson – “Aermacchi Ala Verde”. Havia 20 pilotos inscritos, mas acabaram por comparecer apenas 12 participantes.
Os treinos decorreram no sábado dia 28 de Agosto e o melhor crono pertenceu ao favorito, Carlos Gomes Marques, que colocou a sua Norton 650 à frente das Norton 500 de António Pinto e Albano Jacques e das outras 650 de Samuel Martins, Fernando Ferreira e Maximiliano Rola.
O 11º melhor tempo coube ao jovem George Cross, de apenas 16 anos de idade, que tinha a seu lado na última linha da grelha, Fernando Ribeiro em Norton 500.
O percurso total da “Taça Dr. Carlos Pinto Ferreira”, a segunda corrida da tarde de Domingo, era de 73km, no total das 25 voltas ao traçado de Vila do Conde.
No final da primeira volta, Carlos Marques já comandava, seguido de Samuel Martins, com o jovem “Cross” lá atrás a tentar acompanhar o andamento dos melhores concorrentes na sua classe, nomeadamente as Ducati 175 de José Alves Pacheco e Francisco Matos. O grande Carlos Marques venceu novamente, somando assim a sua terceira vitória consecutiva em Vila do Conde.
Um problema surgido à 14ª das 25 voltas da prova, provocara, no entanto, a desistência de George Cross, que mesmo assim ficou classificado, obtendo ainda uma quarta posição na 1ª classe, das motos até 250 cc, cujo vencedor foi o conhecido Manuel Almeida, em Jawa.
A verdade é que este pseudónimo de “George Cross”, servia apenas para um disfarce perante a família, que não aceitaria facilmente a sua participação nesta prova de pista e o verdadeiro nome do piloto era obviamente Jorge Pinhol.
Segundo diz Pinhol “A moto era do meu amigo João Mascarenhas. Não queria que a minha família soubesse. Um dia, na sede das Motos em Lisboa vi na parede um poster a anunciar uma prova de Motocross, e foi assim que pensei no nome George Cross”…
Mas note-se que Jorge tinha jeito para a condução de motos e já no ano anterior, com apenas 15 anos de idade, havia participado no “I Rally à Praia de Santa Cruz”, organizado pela Secção de Motorismo do Benfica. Nessa prova, correndo como “Jorge Pinhol da Encarnação” conseguiu um bom sexto lugar, numa prova ganha por Carlos Marques em Norton.
Depois destas aventuras em duas rodas, há também registo da participação numa edição do Rali da Praia das Maçãs. Ao que parece a dupla foi a melhor classificada no final da prova, mas um erro nas contas, fez com entrassem no controle final um minuto atrasados, deitando a vitória a perder, mas conseguindo segurar o segundo lugar. O navegador de Jorge era António Carmona e Costa, que mais tarde faria uma boa carreira na marinha, tendo mesmo subido ao posto de Almirante. Note-se que era neto do Marechal Carmona.
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