Confronto de veteranos

Feb 3, 2023 | Notícias

O Willys e o Kübelwagen, estão para o mundo automóvel como Batman e Joker ou Skywalker e Darth Vader.
Mas, terminado o conflito que os fez nascer, são apenas um legado de engenharia e uma prova de como a necessidade aguça o engenho.
Qual deles é o mais genial, ou qual o mais divertido de usar?
Partimos numa batalha amigável, para encontrar as respostas.

Sigo isolado, na zona mais alta da serra, completamente a descoberto. Não há vegetação que me esconda. O caminho é estreito e tortuoso e os olhos vão postos no piso, pois mesmo uma armadilha natural pode significar ficar parado e indefeso. E é enquanto estou concentrado no caminho que, a meio de uma curva, por entre o pó que as rodas levantam, surge no retrovisor uma forma sinistra! É claramente um veículo de guerra e não é um “simpático” Willys. É uma forma que intimida. Linhas duras, de chapa vincada, com os faróis cobertos, a formar uma “cara de poucos amigos”. Infelizmente, é facilmente reconhecível: é a face do inimigo…! O Kübelwagen. Será uma emboscada? Mais adiante, um vulto move-se por entre a vegetação e aponta algo na minha direcção! Felizmente, não é uma Mauser, mas uma Canon e, quem dispara é o Rui.
Estivéssemos em 1944 e noutro ponto do mundo, e esta seria uma visão terrível, assustadora. Hoje é apenas um privilégio poder reunir estas duas máquinas rivais e desfrutar delas em tempos mais calmos. Ainda assim, quando pensámos no contexto em que estes dois veículos viveram, a cena não deixa de criar um arrepio na espinha, ao imaginar o terror que provavelmente se sentia quando ambos se encontravam no terreno de batalha.
O Willys e o Kübelwagen não eram máquinas de guerra no sentido estrito do termo. Eram veículos militares ligeiros, que funcionavam, na maioria das vezes, como utilitários, para transporte de militares e seu equipamento, o que parecendo uma função menor, era decisiva no sucesso de um conflito armado. Aliás, Eisenhower escreveria que dos cinco veículos militares mais cruciais para a vitória na Segunda Guerra Mundial, nenhum deles era um veículo de combate e, naturalmente, o Willys era um deles.


Essa realidade não era segredo para quem percebesse minimamente de estratégia militar, nomeadamente, o regime Nazi. Como tal, e dadas as suas ambições imperialistas, Hitler identificou a necessidade de criação de um modelo com as características do Kübelwagen em 1934, o ano após ter colocado em marcha o projecto do KdF-Wagen, aquele que viria a ser o popular “Carocha”. Os primeiros protótipos do utilitário alemão começaram a circular em 1936, com a produção em larga escala prevista para o ano seguinte, na fábrica de Wolfsburg, que seria construída de propósito para o efeito. Contudo, o decorrer do conflito aumentou as necessidades de produção de material militar e a solução passou por alocar a nova unidade fabril à produção de equipamento de guerra, que era prioritário. Assim, além da produção de armamento, Wolfsburg iria destinar-se à produção do tal veículo militar ligeiro que Hitler desejava. A solução rápida para a criação deste modelo, passava pelo aproveitamento da tecnologia do KdF-Wagen, nomeadamente a plataforma e a mecânica de 1131cc.
Esta mecânica não parecia, pelo menos no papel, a solução ideal para um veículo que teria de enfrentar pisos e cenários desafiantes, com militares e armamento a bordo. Mas é aí que a genialidade dos seus criadores acaba por fazer a diferença.
Quando o comandante da SS Sepp Dietrich deu a Ferdinand Porsche a luz verde para a criação desta derivação militar do Volkswagen, definiu que o peso não poderia superar os 550kg a seco, de modo a tirar o melhor partido da escassa potência e também para permitir que quatro militares conseguissem, à mão, desatascar ou levantar o veículo.

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Hugo Reis
Hugo Reis
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