A evolução não é uma linha recta. Por vezes, nem sequer é um caminho de sentido único.
O 2CV representa a virtude de ser capaz de voltar atrás e repensar o que já foi feito. A Citroën foi capaz de quebrar pressupostos e preconceitos para fazer do automóvel aquilo que ele precisa desesperadamente de voltar a ser: um veículo de liberdade e democracia.
Sei que não sou o único com este “problema” – aliás, não serei sequer dos casos mais gritantes – mas, o gosto por automóveis traz “a rasto” o fascínio por uma quantidade de coisas vagamente relacionadas, com motor, ou apenas com rodas. As motos, logo à partida, depois as bicicletas, os carrinhos de rolamentos, os comboios, os barcos, etc.
Onde os entusiastas se dividem é na escolha destas paixões paralelas. Eu gosto de bicicletas, mas há quem não compreenda o fascínio. Tal como eu com os 2CV. Sim, porque o 2CV e seus derivados são tão radicalmente diferentes do automóvel comum que, para mim, quase caem noutra categoria, algures entre o automóvel e uma bicicleta. Quem, como eu, aprecia especialmente modelos de carácter desportivo, poderá ter alguma dificuldade em entender a “febre” em torno do 2CV. Contudo, se há coisa que a experiência nos prova é que, quando há muita gente a apreciar o mesmo, tem de haver boas razões para isso, mesmo que os factos e as qualidades técnicas pareçam sugerir o oposto.
Além disso, que direito tenho eu de ser céptico face aos encantos do 2CV, quando sou um fã incondicional das Vespa clássicas, o veículo mais imperfeito, lento, anacrónico e teimosamente ancorado no passado que existe?
Assim, é de espírito aberto que encaro a experiência de condução do Citroën 2CV. Sim, porque até este dia, por incrível que pareça, nunca conduzi um único exemplar do “caracol” francês, nem sequer um Dyane. De todos os clássicos populares mais emblemáticos, era a única lacuna.
E se por um lado isso me deixava triste, hoje deixa-me feliz, pois significa que posso viver e descrever o “choque” que é conduzir um 2CV no século XXI.
Faltou-me referir que o mais próximo de um 2CV que conduzi, foi o Méhari do Pedro Bessa, Vice-Presidente do 2CV Club do Porto. E foi também ele que organizou este
“rendez-vous”, para comemorarmos devidamente os 75 anos do modelo.
A forma entusiástica como os adeptos dos 2CV reagem a estes desafios, diz muito do espírito de um “bicavalista”. Num instante reunimos dois exemplares fora do comum, que simbolizam duas fases bem distintas da história do modelo, mas também duas “aves raras”, bastante desejadas pelos conhecedores. A primeira, fiz questão que fosse a 2CV AZU do 2CV Club do Porto. Não é um exemplar qualquer, pois este merece um lugar especial no coração de todos os entusiastas do modelo, já que o seu restauro foi uma verdadeira “obra de amor” e um símbolo do que é possível fazer quando a devoção ao modelo é total. Adquirido pelo Clube, este raro exemplar de 1958 da Fourgunnette foi, durante quase cinco anos, alvo do empenho da direcção e sócios, em particular do saudoso Presidente Herculano Nogueira Coelho.
Com foco total na originalidade, o resultado está à vista e é extraordinário.
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